A energia solar, que já representa uma das maiores forças no setor de renováveis no Brasil, está enfrentando um desafio significativo: cortes recorrentes impostos pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Esses cortes, que afetam diretamente a geração de energia nos grandes parques solares, resultaram em prejuízos impressionantes de R$ 1,7 bilhão nos últimos dois anos, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
Avanços Impressionantes da Energia Solar no Brasil
De acordo com a Absolar, o Brasil acaba de ultrapassar 16 gigawatts (GW) de potência operacional em parques solares fotovoltaicos.
Desde 2012, os investimentos privados no setor chegaram a R$ 68,4 bilhões, proporcionando a criação de 480,5 mil empregos verdes e contribuindo com R$ 22,6 bilhões em impostos federais, estaduais e municipais.
O país conta com uma forte presença de parques solares em todos os estados, com a região Nordeste liderando com 55,5% da potência instalada, seguida pela região Sudeste com 43,4%.
O Sul, Centro-Oeste e Norte somam apenas 1,07% do total nacional.
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Desafios com os Cortes de Energia
Apesar desse crescimento notável, os cortes impostos pelo ONS representam um obstáculo importante para as empresas solares.
O impacto econômico é evidente, com R$ 1,7 bilhão em energia renovável sendo desperdiçado nos últimos dois anos.
A Absolar aponta a necessidade urgente de investimentos na infraestrutura do setor elétrico, destacando a importância de melhorar as Linhas de Transmissão e de adotar novas tecnologias de armazenamento para manter a energia renovável gerada de forma eficiente.
Soluções e Potencial de Crescimento
Os especialistas da Absolar acreditam que é possível aumentar a participação das fontes renováveis na matriz elétrica brasileira sem comprometer a segurança e a estabilidade do sistema.
Rodrigo Sauaia, CEO da Absolar, destaca a importância estratégica da energia solar para a economia do Brasil, afirmando que sua expansão ajuda a reduzir custos para as famílias e a aumentar a competitividade das empresas.
“A fonte de enegia solar é um vetor de geração de oportunidades, criando novos empregos e contribuindo para o processo de transição energética do país”, afirma Sauaia.
Ele reforça que o crescimento da energia solar fortalece a sustentabilidade e contribui para o cumprimento dos compromissos ambientais internacionais do Brasil.
Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da Absolar, ressalta a importância global da energia solar para a descarbonização.
Ele destaca o potencial do Brasil, um país abençoado por recursos solares, para se tornar um líder na produção de hidrogênio verde e no desenvolvimento de novas tecnologias, como o armazenamento de energia e veículos elétricos.
Investimentos no Ceará: Uma Nova Fronteira
O estado do Ceará, conhecido como “Domicílio do Sol”, está se destacando como um polo de investimentos em energias renováveis.
Empresas como a australiana Fortescue e a brasileira Casa dos Ventos, que conta com a participação da francesa Total, estão planejando um investimento de US$ 10 bilhões na produção de hidrogênio verde na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Pecém, com início previsto para 2025.
O futuro da energia limpa no Brasil diante das restrições
O futuro da energia limpa no Brasil está cheio de desafios. Isso se deve às restrições da ONS que afetam a geração de energia solar. Até março de 2024, o Brasil tem 20,5 GW de capacidade instalada, um aumento de 53% em um ano.
Porém, as reduções na produção de energia solar são grandes. Elas chegam a 12% durante os horários de pico. Isso cria incertezas e afeta a capacidade de atender à demanda.
A energia solar representa apenas 2,8% da matriz energética brasileira. A meta é chegar a 8% até 2030. Isso mostra a urgência de um ambiente regulatório favorável.
As restrições da ONS podem atrasar investimentos. Segundo a Absolar, já são cerca de 6,5 bilhões de dólares investidos. Isso cria empregos em um setor em crescimento, com um aumento de 46% nas contratações em 2023.
Para o futuro da energia solar no Brasil, é necessário um diálogo sobre regulamentação. Avaliar os impactos a longo prazo na sustentabilidade é crucial. Superar as restrições é essencial para a transição energética do país.
Isso ajudará a reduzir a dependência de combustíveis fósseis. E promoverá um desenvolvimento sustentável na geração de energia limpa. Um passo importante para o futuro da energia solar.
Conclusão
Os desafios impostos pelo ONS são significativos, mas o potencial de crescimento da energia solar no Brasil é inegável.
Com planejamento estratégico e investimento em infraestrutura, o país pode continuar sua trajetória como líder global em energia renovável, gerando empregos, fortalecendo a economia e contribuindo para um futuro mais sustentável.
Respostas de 2
Seria possível esclarecer qual estudo que a ONS se baseou para reduzir o aproveitamento da energia solar: